A intolerância alimentar é diferente da alergia e pode, inclusive, surgir na vida adulta
A intolerância alimentar é uma condição médica que pode levar à desnutrição devido à deficiência ou ausência de algumas enzimas digestivas, mas se diagnosticada adequadamente com o teste de intolerância alimentar não representa nenhuma gravidade. Um exemplo clássico é a intolerância à lactose, muito comum entre adultos e que consiste na falta da lactase, enzima que deveria fazer a digestão da proteína do leite.
As condições de intolerância costumam surgir já na vida adulta e, quando diagnosticadas, é possível tratá-las adequadamente, tanto com reposição enzimática quanto reduzindo e evitando o consumo dos alimentos não tolerados, sem que haja risco de desnutrição. Portanto, sempre que se notar alterações gastrintestinais, cutâneas ou neurológicas é importante buscar atendimento médico e tentar relacionar o problema com algum alimento consumido nas últimas 72 horas para então realizar um teste de intolerância alimentar.
Quero realizar meu teste de intolerância alimentar!
O que é o teste de intolerância alimentar?
O teste de intolerância alimentar é, na verdade, um grupo de exames que podem ser feitos em conjunto ou isoladamente com o objetivo de identificar se o paciente apresenta intolerância (reação de hipersensibilidade tardia) a centenas de alimentos.
Dado que o organismo não consegue digerir adequadamente os alimentos devido à falta ou deficiência de uma enzima ou substância química, as reações do trato gastrintestinal se alteram, levando à formação de moléculas que o próprio organismo reconhece como “estranhas”, iniciando uma resposta de hipersensibilidade que pode se manifestar de inúmeras formas.
Nesse sentido, o teste de intolerância alimentar busca identificar a presença de anticorpo IgG – mais especificamente o IgG 4 – que é produzido pelo organismo para combater essas substâncias “estranhas”. O resultado pode indicar baixa, média ou alta intolerância, sendo de grande importância para o médico confirmar o diagnóstico e guiar adequadamente o tratamento.
Dentre os alimentos pesquisados no teste de intolerância alimentar estão:
- Cereais com glúten e sem glúten;
- Vegetais e leguminosas;
- Frutas;
- Nozes e sementes;
- Ovos;
- Produtos lácteos;
- Peixes, mariscos e carnes;
- Outros, como fermento, café e mostarda.
Qual exame detecta intolerância alimentar?
Teste sanguíneo
O teste de intolerância alimentar por análise de sangue é uma técnica simples para o paciente, que deve apenas comparecer ao laboratório para a coleta de sangue, sem a necessidade de ter feito jejum. O material biológico é exposto a um grupo de alimentos e substâncias específicos e analisado para avaliar se haverá formação de complexos imunes por ligação do anticorpo IgG. Nesse exame são utilizados equipamentos de altíssima tecnologia, operados por profissionais treinados e capacitados em identificar as formações dos imunocomplexos.
Teste citotóxico
Esse teste de intolerância alimentar também é feito a partir da extração e análise do sangue do paciente, que será igualmente exposto aos alimentos e substâncias. Porém, em vez de avaliar a formação de imunocomplexos mediados por IgG, faz-se uma análise dos glóbulos brancos do paciente. No caso de intolerância, essas células de defesa têm sua morfologia e constituição alteradas.
Teste de dieta de eliminação
Um tipo de teste terapêutico, a dieta de eliminação é feita da seguinte forma: após investigar os possíveis alimentos associados aos sintomas apresentados pelo paciente, uma dieta especial é traçada. Nela, a pessoa deve deixar de comer determinados alimentos por um tempo, sendo que em outro momento voltará a consumi-los durante um teste cego e as reações serão observadas pelo médico.
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Quais são os sintomas de intolerância alimentar?
A literatura médica já registra mais de 150 sinais e sintomas relacionados à intolerância alimentar, visto que qualquer sistema do corpo pode ser acometido. Porém, os sintomas mais clássicos e comuns da intolerância alimentar, que podem surgir de 2 a 72 horas após a ingestão do alimento, incluem:
- Diarreia ou constipação;
- Urticária, vermelhidão na pele e erupções;
- Falta de ar;
- Cólicas abdominais;
- Dores musculares e articulares;
- Enxaqueca e sonolência.
Quais alimentos podem causar intolerância alimentar?
Praticamente qualquer alimento tem o potencial de causar intolerância alimentar, por isso que o teste de intolerância alimentar investiga centenas deles. Os mais comuns são o leite e seus derivados, glúten, álcool e fermento, sendo que a quantidade de alimento ingerido costuma ter relação com a gravidade e exacerbação dos sintomas. Ou seja, quanto maior a quantidade, mais fortes devem ser os sintomas.
Acredita-se que a intolerância alimentar mais comum entre adultos no ocidente seja à lactose, pois com o avançar da idade muitas pessoas deixam de produzir a lactase, uma enzima que degrada a proteína do leite. Essa deveria ser uma característica comum a todas as pessoas, visto que natural e evolutivamente o leite é um alimento para a criança, mas curiosamente a maioria dos adultos continua produzindo a lactase por toda a vida.
Já os pacientes que têm intolerância ao glúten, por exemplo, devem substituir cereais como o trigo, aveia, centeio e cevada por alimentos à base de milho, batata, arroz, feijão, soja e tapioca. É importante esclarecer também que intolerância ao glúten não é a mesma coisa que doença celíaca. Essa é uma doença autoimune que gera uma resposta inflamatória no trato gastrintestinal e em outros sistemas sem que haja uma deficiência enzimática, como ocorre na intolerância.
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Qual a diferença entre alergia e intolerância alimentar?
A intolerância alimentar é a falta ou deficiência de alguma enzima ou substância química necessária para a digestão dos alimentos. Seus sintomas podem demorar horas ou dias para surgir e a condição pode ser desencadeada apenas na vida adulta. A reação de hipersensibilidade se dá por anticorpos IgG.
Já a alergia alimentar é uma reação imediata de hipersensibilidade, mediada por anticorpos IgE, que pode ser desencadeada até mesmo por uma pequena quantidade do alimento. É mais comum de se manifestar ainda na infância e são poucas as substâncias que costumam causar esse quadro, podendo ter graves desfechos, como o fechamento da glote e consequente choque anafilático.
Em bebês não é incomum identificar alergia à proteína do leite de vaca (APLV), que é uma situação diferente da intolerância à lactose. Nos casos de APLV, é comum realizar um diagnóstico clínico (com base nas queixas e dieta de exclusão), sendo então necessário suspender o aleitamento materno ou com fórmulas comuns e recorrer a substâncias específicas.
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Fontes: